quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Erros Sem Conserto

Há erros para os quais tem conserto.

Por vezes, os remendos até se mostram como atitudes mais sinceras, mas focadas no que é importante e tem um resultado encantador. Movidos por um impulso de desfazer o estrago produzido por um descuido nosso, uma desatenção, ou no ato de desfazer um mal-entendido, acabamos por manifestar algo belo que encanta aquela pessoa com quem erramos, pois faz com ela se dê conta de algo precioso que sentimos e que por várias razões bestas não demonstramos.

As   palavras podem ter mais de um sentido, e também  nossos gestos podem ser mal interpretados, por vezes o que dizemos acaba sendo entendido como algo que não é verdade, e um gesto nosso enquanto estamos distraídos ou (concentrados em algo complexo) pode ser interpretado como manifestação de desprezo.

Reconhecer o erro e desfazê-lo mostra qualidades nobres que podem não ficar tão evidenciadas como nos gestos de quem acerta na primeira vez, e usa esquemas batidos, palavras feitas, quem repete algo que já deu certo outras vezes.

Mas há um tipo de erro para o qual não tem conserto, que é o desperdício.

Desperdiçar tempo,dinheiro, oportunidades e outros recursos limitados é um erro sem conserto. É preciso ter atenção para não cometer este tipo de erro antes de ele acontecer.

Ouvindo a Melodia de Cada Um

As conversas iniciais com uma pessoa, especialmente as tímidas, são como as introduções de certas músicas. Leva um tempinho até que as melodias que definem aquela pessoa se revelem.

Então, à medida que a gente vai conhecendo aquela pessoa, o encantamento vai crescendo.



terça-feira, 7 de agosto de 2012

Os Nossos Eus


Várias almas habitam o mesmo corpo. Esses Eus de que somos feitos, que sem perceber equilibramos numa sucessão de agoras, não precisam sempre ser direcionados pelas circunstâncias.
Equilibramos nossas várias almas quase como um malabarista com seus pratos.

Há dentro de nós um poço. No fundo dele é que estamos, porque o que nele está é o que  nos define, o que nos individualiza, a fonte do que nos enriquece como seres humanos. E a vida exterior, as circunstâncias, a rotina, o costume, todas as coisas que nos conduzem pelos dias levados por elas, não é uma única possibilidade, por mais que disso nos esqueçamos de vez em quando.

Só chegamos a ser uma parte mínima do que poderíamos ser.
A nossa vida é em todo o instante, a cada momento que passa ela acontece, se define, se forma, frutifica e pode seguir uma linha ou se reinventar. Em cada momento desses, precisamos antes de tudo termos consciência do que nos é possível. Se em cada momento não tivéssemos à nossa frente mais que uma só possibilidade, careceria de sentido chamá-la de nossa vida. Seriamos apenas robôs cumprindo tarefas colocadas pelas circunstâncias. Uma reação para cada ação externa sobre nós. Programado, fixo, sempre igual.

Somos uma parte mínima do que podemos ser porque fazemos escolhas. Se vamos para a direita, não chegamos a conhecer o que há no caminho da esquerda, e se vamos para a esquerda, tudo que há na direita permanece desconhecido.

Qualquer que seja o caminho escolhido, mantenha os olhos abertos o espírito sedento por intensidade e não deixe de caminhar nunca.



Sermos guiados pelas circunstâncias é se manter em um jogo de ação/reação ante o que aparece na nossa vida, é se deixar levar igual uma folha seca é levada pelo rio.
 
Aqui, cabe um lembrete: sempre podemos escolher algo que não está no cardápio.
 
Viver fazendo escolhas requer uma atenção maior, uma proatividade maior, e uma constante comunicação com sua voz interior.
 
É não deixar os olhos da mente míopes vendo apenas o que é evidente, o que se apresenta a nossos olhos
mas ver o que poderia ser, o que queremos que seja, o que existe apenas no mundo dos sonhos, e traçar a rota para chegar lá.